terça-feira, 2 de outubro de 2012

PESQUISADORES LANÇARÃO LIVRO NA 15ª FEIRA DO LIVRO DE BAGÉ

                  Capa do Livro “Cerros de Baye – Santa Tecla, Origens de Bagé”


Os pesquisadores Cássio Lopes e Edgar Lucas lançarão o livro “Cerros de Baye –Santa Tecla, Origens de Bagé” na 15º Feira do Livro de Bagé. A presente obra é fruto de quatro anos de pesquisas e traz ao lume questões instigantes e reveladoras tais como:

Ø  O primeiro mapa a referir o Posto Jesuítico de Santa Tecla, sua descrição no contexto missioneiro e sua localização mais plausível;
Ø  A representação mais apropriada da imagem de Santa Tecla;
Ø   A desmistificação do suposto Silo Jesuítico;
Ø  A não existência de Santo André dos Guenoas;
Ø  O que foi a Coxilha de Santo Antônio (Cognominado “o velho”);
Ø  O local da junção dos exércitos que atacaram as Missões no século XVIIl (cognominado “Campo das Mercês”). 

O lançamento do livro acontecerá às 17h do dia 05 de outubro de 2012, no estande principal da 15º Feira do Livro de Bagé, que está sendo realizada na Praça Silveira Martins, centro de Bagé.



Os autores ao lado do banner do livro no estante da LEB na 15º Feira do Livro de Bagé

Ou autores convidam toda a comunidade de Candiota, Pinheiro Machado, Piratini, Aceguá e Hulha Negra para que se façam presentes no evento. Pois estas cidades, inegavelmente, fizeram e fazem parte da história da Rainha da fronteira.









segunda-feira, 17 de setembro de 2012

COMBATE DO SEIVAL E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA RIOGRANDENSE

                                     Local do Combate do Seival - Candiota-RS


Por Cássio Lopes:


Em 10 de setembro de 1836, a Província toda estava em poder dos Farrapos. Os chefes conservadores se haviam retirado para o Estado Oriental, vencidos nas refregas que sucederam.  O inverno havia arrefecido qualquer possibilidade de luta. Mas, a chegada da primavera já dava prenúncios de muita atividade.
O Coronel João da Silva Tavares, um dos poucos, senão o único comandante da Guarda Nacional que permaneceu fiel ao império. Apesar de ser compadre de líder farroupilha General Bento Gonçalves da Silva, não aceitou o convite para conspirar e fazer a Revolução. Tavares após um tempo refugiado no Uruguai entra em território brasileiro com alarido, como num passeio militar, chamando a atenção dos adversários.
Tomando as margens do arroio Jaguarão marcha até a Bolena e dali segue para o arroio Candiota, de onde manda pedir ao Comandante das Armas Bento Manoel às ordens para agir.
Acampado na barra do arroio Seival teve notícias de que no Passo do Lageado, no arroio Jaguarão, havia uma força, e foi reconhecê-la.
Era o Coronel Antônio de Souza Netto, com uma força farropilha, que também sabendo da presença de uma força imperial nas proximidades, sai para vê-la.
Inicia-se então o movimento de dois exércitos que em breve se confrontariam. João da Silva Tavares se colocou em um lugar próximo “a casa dos Lucas e à direita da estrada que se dirigindo de Bagé vai para Pelotas, deixando à esquerda um banhado”, conforme uns “apontamentos” existentes nos arquivos da família Silva Tavares. Estava, assim em posição vantajosa, onde poderia esperar a aproximação do adversário.
Nessa posição assumiu o comando da primeira ala e a direção geral da ação, cabendo a segunda ala da esquerda ao Major David Francisco Pereira. Na retaguarda, ficaram quatro companhias.
Antônio de Souza Netto, depois de localizar os imperiais, vinha em marcha resoluta, a ponto do Major João F. Caldwell profetizar que “Netto vinha para triunfar”.
Ao se confrontarem as forças descarregaram suas armas de fogo, mas depois houve o predomínio das armas brancas. Netto havia recomendado aos seus: “Camaradas, não quero ouvir um tiro mais... “À carga, à espada e lança!”. O combate foi terrível.
Inicialmente Silva Tavares carregou com vantagem e fez o adversário retroceder, levando-o de vencida. Mas, à esquerda comandada pelo Major David Pereira teve que recuar.
Nesse momento há um total desarranjo do combate. A cabeçada do freio da montaria de Silva Tavares é cortada, e seu cavalo sai em disparada. Criando-se assim um grande alvoroço entre os seus. David Pereira, querendo corrigir a ação, vendo a gente do Netto voltada para aquela inesperada confusão, manda o Tenente Pedro José Nunes compor a ala direita e arremete outra vez, para recuperar terreno. Atingido pro um tiro na coxa, cai do cavalo e sua gente se dispersa. O combate que se anunciara pressurosa se esfacela num instante.
Antônio de Souza Netto fica vitorioso em campo. O número de feridos, mortos e prisioneiros foi grande. Os farrapos perderam 1 capitão, 4 tenentes, 6 alferes e 156 soldados. E foram feitos 151 prisioneiros, sendo 2 majores , 1 capitão e Joca (mais tarde, chefe maragato na revolução de 1893), o filho do chefe imperial, com apenas 18 anos de idade.
A república não estava nos propósito da revolução farroupilha. Ela se fizera para protestar contra a política do império executava através do Presidente da Província Fernandes Braga. Deposto este, retornou a normalidade, que veio a se interromper com a chegada do novo Presidente Araujo Ribeiro que, apesar de liberal não teve a confiança de seus correligionários.
Embora houvessem homens com ideias republicanas, ela não era bandeira da revolução. Antônio de Souza Netto não se manifestara republicano em nenhum momento, assim como Bento Gonçalves da Silva. Contuto, a República Rio-Grandense nasceu e se institucionalizou.
Após o combate do Seival, a força comandada pelo Coronel Antônio de Souza Netto veio para o Passo das Pedras, sobre a margem esquerda do Arroio Jaguarão, em campos de Joaquim Menezes, a 35 km de Bagé. Todos estavam eufóricos e vibrantes com a inusitada vitória. O acampamento era festivo.
A noite do dia 10 de setembro de 1836, Manoel Lucas de Oliveira e Joaquim Pedro Soares foram à barraca de Netto para conversar. Comentaram o propósito político daquele movimento e a derrota da coluna do centro. No decorrer da entrevista, diz a Netto um dos interlocutores:
- Tanto os revolucionários como os legalistas empunham a bandeira brasileira. É preciso, entretanto, combater um princípio, por uma nova ideia, como a de República.
Netto recusou, alegando que era Bento Gonçalves que dirigia a revolução, e que não cabia a uma tomada de atitude daquela profundidade sem sua anuência.
Mostraram Lucas e Joaquim Pedro a inviabilidade de uma conferencia com Bento Gonçalves e a certeza de que este concordaria com a resolução, pois embora nunca houvesse proclamado de público essa ideia, a tinha no coração.  Depois de muito argumentar, Netto se deu por convencido e disse:
- Como os senhores dizem que se não mudam, a forma de governo, não podemos continuar a nos bater com os nossos inimigos hasteando a mesma bandeira, eu aceito a república. Tomem as providencias a fim de que ela seja proclamada amanhã, em nosso campo.
Os dois interlocutores completaram:
- Na ausência de Bento Gonçalves, que é o General em Chefe, deverão ser feitas promoções e o Coronel mais antigo é João Manuel de Lima e Silva que, além do mais, é oficial da primeira linha. Ele promovido a general, não agradará aos piratinianos e haverá a divisão entre os revolucionários. É preciso que o senhor seja aclamado no campo de combate.
- Aceito! Façam as ordens do dia para serem publicadas.
Naquela mesma noite de 10 de Setembro, ainda sob os reflexos da jornada gloriosa do Seival, Manoel Lucas de Oliveira e Joaquim Pedro Soares rascunharam os documentos de proclamação da República, e da promoção de oficiais para o Exército Repúblicano.
“Ao raiar o sol do dia seguinte, na margem esquerda do arroio Jaguarão, estava a força de Netto a cavalo. Netto apareceu com seu piquete a galope no flanco direito dela; depois que recebeu a continência, foi aclamado General em Chefe do Exército da República Rio-Grandense em campo de batalha. Joaquim Pedro mandou a força por pé à terra e formar em quadro, e dentro dele leu a ordem de dia e mais peças oficiais, ultimando aquele ato com vivas a República Rio-Grandense, ao General Netto e ao Exército Republicano do Rio Grande do Sul. Estes vivas foram respondidos com muito entusiasmo pela força e a República foi aceita pelo exército da mesma maneira”.
A partir de então, foi Antonio de Souza Netto quem “levantou e sustentou a bandeira tricolor da República com honra e gloria durante a ausência de Bento Gonçalves”.



                           Quadro da Proclamação da República Rio-Grandense
                                                  Pintura de Antônio Pereira



Fonte: Bagé e a Revolução Farroupilha –Tarcisio Antonio Costa Taborda, 1985, editora CECOM (Departamento de Artes Gráficas da FUnba)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota recebe doação de livros de Pesquisador e Historiador.

               Cássio Lopes recebendo livros do Historiador Carlos Roberto Martins Brasil


Por Cássio Lopes

Após contato com o renomado historiador Carlos Roberto Martins Brasil, Cássio Lopes vice-presidente do Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota, salientou o interesse da entidade em adquirir os livros do pesquisador. Dias após, Carlos conseguiu grande parte de sua obra, a qual fez questão de doar o acervo para os Pesquisadores Candiotenses. Os livros Doados Foram:

Pioneiros Açorianos – Notas Histórias e Genealógicas, 2005, Livraria e Editora Edigal Renascença. 
Sesmaria em São Sebastião de Bagé - Primórdios do Povoamento - 2009. Livraria e Editora Renascença


“Agradeço ao Carlos pela doação dos livros, os mesmos serão de grande valia para nossas pesquisas”. Salientou Cássio Lopes.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O ANTIGO HOTEL PARIS DE BAGÉ


                              Foto do Antigo Hotel Paris de Bagé



Por Cid Marinho, Bagé-RS


Inicialmente, este prédio foi à residência do Sr. Antônio Barbosa Netto, descendente do General Antônio de Souza Netto, herói Farroupilha. Esta excelente casa, tinha a sua entrada principal pela Avenida 7 de Setembro, e se estendia até a Rua Marechal Floriano, onde ficavam as "cocheiras!

Com o falecimento do Sr. Antônio Barbosa em 1924, o prédio foi alugado pela firma "Prati & Cia". que o transformou no requintado "Hotel Paris". Tempos depois, o prédio foi vendido por "150 contos de réis", para ser construído no seu lugar a sede do "Clube Comercial" em 1937. 


quarta-feira, 11 de julho de 2012

"O CHALET DA PRAÇA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".

                Foto do Extinto Chalet da Praça Voluntários da Pátria


Por Cid Marinho, Bagé-RS



Com a chegada da luz elétrica, clarearam-se os espaços e a segurança melhorou. A população que só conhecia as festas das salas de visitas e das casas de espetáculos, descobriu a diversão e o entretenimento noturnos, pelas alamedas da Praça. Foi mandado construir então, pelos senhores João Prati e Martim Rossel, um "Chalet" de madeira coberto de zinco, na antiga Praça (hoje Praça Silveira Martins). O Chalet foi inaugurado em 09 de Setembro de 1899, e no seu contrato dizia que os proprietários poderiam explorar o negócio durante 12 anos, depois passaria para a "Intendência Municipal". 

O "Chalet" funcionou ininterruptamente por 28 anos, e foi explorado por vários comerciantes. Durante um certo período, foi denominado "Chalet América", administrado pelo Sr. Antônio Fernandes de Oliveira. Em 1927, o Chalet foi desmontado, para ceder o seu lugar para o atual "Coreto Municipal".


      










quarta-feira, 27 de junho de 2012

BAGÉ BICENTENÁRIA: "A principal Avenida da Cidade"

                                          Avenida 7 de Setembro ontem e hoje



Por Cid M. Marinho, Bagé-RS.

 A antiga cidade ia por assim dizer, da "Igreja de São Sebastião" até o "Cemitério" atual. As ruas eram estreitas, sem iluminação, e sem calçamento. Foi o Marechal Hermes Ernesto da Fonseca, quando Capitão, que em 1855, mandou traçar as novas e largas avenidas, em direção ao Norte da Cidade. Em 17 de Outubro de 1860, com a aprovação da "Presidência da Província", a Câmara Municipal resolveu substituir o nome da rua principal, que antes era chamada de "Rua do Portão", para "Avenida 7 de Setembro".
Esta avenida, foi a primeira a receber o calçamento de pedras, e também a primeira a ter iluminação elétrica, em 1899. Nela foram instalados a primeira sede do antigo "Banco da Província do Rio Grande do Sul", e o primeiro "Cinema" da Cidade, em 1914. Até os dias atuais, a "Avenida 7", continua sendo a com maior número de "Prédios, Lojas, Bancos, Clubes, e Hotéis". Em contra partida, tem sido a Avenida mais agitada/congestionada de pedestres e motoristas, durante o horário comercial.

Na imagem antiga, cabe informar que no prédio bem à direita, aparece a extinta sede do antigo "Banco da Provincia do R.G.S.", inaugurado em 1914. E na imagem atual (que foi produzida no mesmo ângulo de vista que a antíga), existe hoje, o imponente prédio construído em 1928, onde também funcionou o antigo "Banco da Provincia", depois passou a funcionar nele o "Banco Meridional", e atualmente está funcionando o "Banco Santander".


quarta-feira, 6 de junho de 2012

O ANTIGO MERCADO PÚBLICO E EXTINTO POSTO DE GASOLINA DE BAGÉ

                                         Antiga foto da Rua General Sampaio



Por Cid Marinho, Bagé-RS

A presente foto, até então desconhecida da "Rua General Sampaio", Centro da cidade de Bagé, foi produzida em 1951 (Do alto do Ed. Salim Kalil). Na época ainda existia o antigo "Posto de Gasolina" construído em 1939 e demolido em 1973, para dar lugar ao atual e polêmico "Calçadão". À esquerda aparece parte da lateral do extinto "Mercado Público" construído em 1886, e demolido em 1954. Era um dos mais bonitos "Mercados" do interior do Estado, com a sua derrubada perdeu-se uma das principais referências da história e memória de nossa cidade.